quinta-feira, outubro 27, 2011

Os duros

Carlos Machado, jornalista de “O Jogo”, num excelente artigo de ontem, com o título “O penúltimo dos mortais” na rubrica  “Camisa Dez” aborda a carreira de Alex Ferguson a propósito da derrota do passado fim-de-semana perante o Manchester City. Este pequeno trecho do artigo é elucidativo da personalidade de Ferguson. Já conheci um treinador assim, Luiz Felipe Scolari, que também era imprevisível no balneário quando as coisas não corriam bem, mas era capaz, por vezes, em contrário, de passar a mão pelo ombro de um atleta, de rir e chorar com ele(s), quase como um pai ou um irmão mais velho.

“…Ferguson é o penúltimo dos treinadores intocáveis; depois dele só José Mourinho, uma espécie de filho do escocês: «Em 2004, quando o FC Porto marcou e o vi a correr aos saltos ao longo da linha, pensei: eu também já fui assim, disse Ferguson».”
“…A caminho dos 70 anos, (nasceu a 31.12.1941), conseguiu o estatuto de sonho: passar entre as pingas da chuva sem se molhar. Consegue-o porque ganhou, por ter uma liderança firme, fama e proveito de ser um duro. De resto lamentou os 6/1 como maior goleada que sofrera na carreira, tanto de técnico como de jogador, e seguiu em frente: «Vamos reagir e melhorar, não há dúvidas sobre isso».
Garante o “Daily Mail” que no balneário chamou “idiotas de merda” aos defesas Rio Ferdinand e Evra, a quem responsabilizou pelos dois últimos golos sofridos. No passado foi pior: deu um pontapé numa chuteira e acertou com ela na testa de David Beckham, que teve de ser suturado num sobrolho. Alex Ferguson é assim. Ele é o modelo zero dos especiais. Forjou o carácter no bairro operário de Govan, onde aprendeu os ideais socialistas. Por isso diz que os jogadores de agora não se parecem com os dos tempos dele: «mentalmente não são tão fortes, porque foram criados num ambiente mais fácil. Gostam de pensar que vieram da classe operária, mas não da classe operária que eu conheci».”

1 comentário:

  1. Um treinador motivador e com pulso no balneário de uma equipa(nas selecções ainda com mais importãncia),...é meio caminho andado para o sucesso.
    Por vezes,os aspectos físicos e técnicos não estão bem e a motivação consegue superar o resto.

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