Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
sexta-feira, outubro 28, 2011
Futebol Feminino
Foto: Francisco Paraíso
A recente derrota de Portugal com a Dinamarca por 3/0, em jogo a contar para a qualificação do Europeu Feminino de 2013, caiu quase como um balde água fria em certos sectores da modalidade. Talvez os anteriores e recentes resultados tenham criado alguma expectativa, na minha opinião, talvez demasiado ousada, sobre as possibilidades da selecção nacional, face a um adversário tão forte e com uma história brilhante no futebol feminino europeu e mundial. Baseio-me claro na história de resultados entre as duas selecções. Portugal e Dinamarca, até ao jogo de quarta-feira, tinham-se encontrado por 13 vezes, seis das quais para competições oficiais. Nesses treze jogos ocorreram treze vitórias da Dinamarca, com um único golo marcado por parte de Portugal e quarenta e oito sofridos. Obviamente um dia, este desnível será menos acentuado quando acontecerem outro tipo de resultados favoráveis à nossa selecção, mas de facto a história conta e os números não mentem. A Dinamarca pelo tipo de futebol que apresenta será sempre um adversário extremamente difícil dado que a componente física é muito penalizante para as nossas jogadoras. Com isto quero dizer que não há evolução no nosso futebol feminino? Notoriamente tem havido evolução e um aproximar, embora lento pelas razões que todos conhecemos, das equipas do topo do ranking, mas pensar entrar desde já no grupo das mais fortes parece-me um pouco prematuro. O desnível na Europa, no futebol feminino, ao contrário do futebol masculino, é de facto muito acentuado e os resultados entre os mais e os menos fortes é, infelizmente, quase sempre previsível. A nossa participação neste Euro deverá ter como objectivo fundamental a procura e luta pelo segundo lugar do grupo e é por aí que nos devemos orientar e prosseguir o nosso caminho até para não criarmos falsas expectativas que podem naturalmente vir a revelar-se nefastas para o resto decisivo da competição. Ganhar os três próximos jogos, contra as equipas do “nosso” campeonato, poderão permitir um resultado fantástico na competição e motivador para o futuro da modalidade. Quanto ao resto é a mesma discussão de sempre, necessidade de novos quadros competitivos internos, mais e melhores acções de sensibilização e divulgação do futebol feminino, participação anual no Euro de Sub/17, maior apoio aos clubes, às jogadoras e aos treinadores e sobretudo uma melhor reflexão sobre o papel da mulher no desporto, particularmente no futebol. Não há que desesperar com esta derrota.
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