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Sinceramente, aqui tão longe, tem-se dificuldade em perceber e sentir o que se passou e foi notícia em Portugal. Claro que compreendo o que terão todos sentido quando se soube dos casos "Sá Pinto/Liedson" e "escutas". O que se comentou entre nós, na África do Sul, foi como se houvesse uma imagem desfocada numa televisão, ou seja, a notícia, apesar da sua rapidez, não tem a mesma repercussão que terá tido no país. A distância vai aliviando a carga do problema. Para mim, contudo, custa-me muito entender esta situação, não conseguindo, ainda hoje, reflectir sobre os motivos que terão levado alguém a sugerir ou a aceitar uma proposta que envolveu uma pessoa claramente sem experiência, para um lugar de tal responsabilidade. Sendo amigo de ambos, parece-me que a culpa a surgir, será essencialmente de pessoas ligadas ao clube e que permanentemente confundem o lugar de adeptos com o de dirigentes. Vejo e ouço pessoas que na sua vida profissional terão o máximo de credibilidade, mas que no dia-a-dia do seu clube interferem com as decisões das estruturas, tomando posições sobre matérias que desconhecem, inviabilizando qualquer tentativa séria de mudar o curso dos acontecimentos. O resultado está à vista. Enquanto o Sporting CP não se livrar, é o termo, de certos barões, que continuamente despejam para a comunicação social as suas patéticas declarações, nunca mais será o clube que marcava a diferença no nosso meio desportivo.